Minha contribuição para a matéria da jornalista Cintia Dalpino A Nova Mãe na 2a edição da revista ANA MARIA BRAGA
Tem solução?
10 dicas de como amenizar o sofrimento que as mães sentem quando deixam seus filhos para irem trabalhar, e para aquelas que largam o emprego para ficarem com os filhos.
1-
É importante que a mulher possa se permitir viver
esta confusão de sentimentos neste momento. As duas dimensões, a do
trabalho e a da maternidade são importantes, e por isso merecem atenção. Só assim
é possível a ela ir identificando o que é fundamental dentro do seu contexto de
valores e da vida prática e ir fazendo as escolhas desejáveis e possíveis.
2-
Atentar para as idealizações do que é ser uma “boa
mae”, e uma “boa profissional” que podem estar presentes. Estes ideais raramente
condizem com a experiência real da mulher neste momento de sua vida. Eles são
ruins porque podem impedir ou dificultar que as mulheres façam escolhas
próprias e criativas, geram culpas paralizantes e/ou nocivas (porque a mulher
não consegue nunca atingir este ideal e se sente sempre em dívida consigo
mesma, com o filh@, e com os outros). Eu sempre digo para as mulheres que
acompanho nos grupos e no consultório: Nossos filhos não querem mães ideais,
querem mães reais. Eles terão isso como referência na vida deles também.
3-
Pode fazer parte do processo a experimentação.
As vezes um lado precisará ser privilegiado, para ser conhecido. Entendo isso
como uma forma da mulher ir, através da experiência, ir dando consistência a
este debate interno, e a partir da experiência concreta, e não de uma
racionalização, encontrar um equilíbrio.
4-
Ter clareza dos seus limites, e assumi-los. Nem
tudo vai poder ser cuidado e executado a perfeição. Buscar ter essa clareza, ajuda
a mulher baixar a ansiedade e a culpa. Se forem coisas importantes mas que
ainda assim são difíceis de sustentar, peça ajuda. A gente não tem que dar
conta de tudo, e isso é bom!
5-
Não desconsiderar a culpa, mas cuidar para que ela
não paralise ou que se arraste. A culpa é um sinalizador do que é
importante de ser cuidado por nós. Neste sentido, ela pode ser nossa aliada, ao
ser a força motriz que nos leva `as mudanças necessárias para que possamos
levar uma vida mais plena de sentido. A culpa que paralisa ou que se arrasta é
fruto de idealizações e da
dificuldade em reconhecer os próprios limites.
6-
Trabalhar é cuidar, e cuidar é trabalhar. Muitas
vezes a mulher e as pessoas ao seu redor fazem esta dissociação entre uma coisa
e outra. É importante lembrar que, além da questão financeira que vai permitir
o sustento da criança, trabalhar pode ser realizador pra mulher. Nessa hora a
máxima “mãe feliz, bebê feliz” faz todo sentido. Para as mães que escolhem
ficar em casa com os filhos, cuidar de uma criança não é tirar férias, exige
muita dedicação, e portanto é trabalhoso. Lembrar que uma babá é paga para
fazer o mesmo.
7-
Qualidade vs quantidade. Quantidade não
necessariamente equivale a qualidade! Não são a quantidade de horas com o bebê,
ou de volume de trabalho, que determinam a qualidade da relação ou da
realização. As vezes, menos horas mais bem vividas e com menos volume de
trabalho, podem ser mais produtivos e mais significativos.
8-
Organizar e expressar. Esta é uma dica mais
prática: Se estiver difícil fazer uma escolha entre as duas possibilidades, uma
listinha mental ou escrita de prós e contras de cada um pode ajudar bastante
nesta reflexão. Falar sobre isso com outras pessoas e ouvir outras experiências
pode ser, além de reconfortante, uma boa troca de idéias.
9-
Se preservar das opiniões alheias pouco
construtivas. O anúncio de uma possível mudança na vida deixa não só nós
mesmos inseguros, mas as pessoas ao nosso redor também. Pessoas próximas ou os
“palpiteiros” podem deixar este processo de escolha pessoal mais sofrido e difícil,
portanto, compatilhe com quem possa te ajudar.
10- Não
perder a esperança! Tem saída sim para esta dúvida cruel! Quanto mais
atenção a mulher puder dar a este conflito, mais consistente será sua
resolução.
Cristina Toledano
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