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domingo, 29 de abril de 2012

A Marrrdita da culpa materna

2o texto para o Portal Uma Mãe Das Arábias


A “marrrdita” da culpa materna
Ouvi uma vez de uma mãe no meu grupo de pós-parto que, quando nasce uma mãe, nasce a culpa. Sim, esse sentimento que adora fazer a gente ficar confuso, e muitas vezes nos faz sofrer, pode ser muito presente no pós-parto.
Ele nos assola nas decisões que temos que tomar entre uma coisa ou outra. Podemos até escolher um caminho, mas a outra possibilidade insiste em ficar martelando na cabeça... AAAAAARRRRGGG!!!! Como resolvo essa marrrdita” culpa?
A primeira coisa que gostaria de colocar é que a culpa, por mais difícil de sentir que ela possa ser, não existe à toa. A culpa nada mais é que um sinalizador, de nós para nós mesmos, do que é importante pra gente, e portanto importante de ser cuidado. Neste sentido, ela pode ser nossa aliada, ao ser a força motriz que nos leva às mudanças e escolhas necessárias para que possamos levar uma vida mais plena de sentido.
Porém, há algumas considerações que podemos fazer quando ela aparece, que nos ajudarão a dar a ela o seu devido lugar, o de aliada, e não inimiga. Quando a culpa me assolar, posso me perguntar: Será que não estou escorregando para algum tipo de idealização do que é ser uma “boa mãe”?
As idealizações, na verdade, é que são nossas maiores inimigas. Estes ideais que carregamos raramente condizem com a nossa experiência real. Eles são ruins porque nunca conseguimos atingi-los e nos sentimos sempre em dívida com nós mesmas, com noss@ filh@ e com os outros. E o pior é que podem impedir ou dificultar que façamos escolhas próprias e criativas na vida. Se houver muita idealização, muito provavelmente abriremos as portas às culpas paralisantes e nocivas. Eu sempre digo para as mulheres que acompanho nos grupos e no consultório: nossos filhos não querem mães ideais, querem mães reais!
OK, mas não consigo identificar o que é idealização minha nessas situações – você poderia me perguntar. Você pode começar sua reflexão se perguntando: quais limites meus eu estou ignorando? Se formos pelo caminho de identificar aquilo que não conseguimos dar conta, ou aquilo que está muito difícil, estamos rompendo com a idealização e falando de nós mesmos.
A culpa que paralisa ou que se arrasta é fruto de idealizações e da dificuldade em reconhecer os próprios limites. Se pudermos dar a culpa o seu devido valor, sem tirar nem por, de maldita, ela vira é bendita!
Estou por aqui, às terças-feiras, quinzenalmente, e toda segunda feira, ao vivo no Espaço Nascente (espaco-nascente.blogspot.com.br) coordenando o grupo de pós-parto. Ficarei feliz de dialogar com vcs leitores, podem entrar em contato comigo com dúvidas ou sugestões de tema, por email ou por telefone: cristoledano@hotmail.com 11 9966-2314. Mais textos sobre pós parto e outros temas em: cristoledano.blogspot.com.br




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